terça-feira, 10 de março de 2015

Este ano...

Este ano é um período que se tem para pensar. Pensar no que já passou e arquitetar novas expectativas em cada oportunidade que aparecer. É tempo de refazer os rumos, surpreender os que nos rodeiam. É preciso erguer um edifício de sonhos e transformar nossos momentos em ações extraordinárias e conquistar sempre mais. Mais amor, mais conhecimento, mais cultura, mais amizade, mais saúde, mais momentos de alegria. Este ano vai ser uma etapa de crescimento contínuo, observando cada detalhe e cuidando do que realmente importa: você, eu, os nossos, o mundo. É tempo de construir novas chances de se viver bem!

terça-feira, 3 de março de 2015

O REFLEXO DA ESCRAVIDÃO AINDA REINA NO SÉCULO XXI

                                                                      Maria Rosilene de Moraes 1

Já se passaram uns bons anos que a tão falada Princesa Isabel assinou a mais falada ainda Lei Áurea que libertou os escravos. Quanto a isso há controversa, mas que neste momento não será discutida.
Mesmo depois de tanto tempo ainda se pode ver o desenrolar de brigas políticas entre os coronéis (ainda assim podem ser chamados), rivais na política e na disputa pelo poder. Paralelamente a esse embate, acontece a demanda entre patrões e empregados, entre brancos e negros (mesmo de cabelo liso e pintado de loiro), entre líderes e liderados, tudo isso num cenário caipira que sempre fez parte da história nacional, agora com o chique nome de cenário de agronegócio.
Nas fazendas ainda se tira leite de vaca, se colhe frutas e verduras, se planta o sustento e arranca o verde da terra roxa para criar a família.
Aos domingos se vê ferver o famoso frango caipira, com aquela caninha “das boas” antes do almoço que é só pra abrir o apetite, não sabe? E foi num deste domingo que o frango morreu cedo, que é pra ficar fervendo bem devagarinho ali, na panela de pedra em fogão de lenha, por horas, até se desgrudar dos ossos para engrossar o caldo. Foi assim que o fato aconteceu?
Que fato? Ah! É mesmo! Esqueci-me de contar o fato. Agora vou contar. Começando pelo começo.
Sem mais rodeio, mãe e filha estão na cozinha, em meio a fumaça, que é pra não perder o costume. As duas entretidas em depenar, picar e limpar um frango caipira, bem limpinho. Um frango grande e gordo, pego no próprio terreiro. É bem verdade que ele foi escolhido entre tantos frangos no terreiro por um motivo muito especial: era preto. Toda sua plumagem era preta. A matrona não queria um galo preto no terreiro porque poderia se multiplicar essa raça e, com o tempo, seu terreiro teria vários exemplares dessa “cor feia”.
Entre uma conversa e outra o assunto da cor vem à tona. A mãe, depois de depenado e lavado, abriu o frango pelas costas, e não se conteve diante do que viu, como se fosse a primeira vez: “Nossa, o frango é preto só por fora, por dentro ele é igual aos outros”.
O fato é um agravo à sociedade que se diz liberta da escravidão. A discriminação racial, ainda é uma preocupante realidade, suportada por muitas pessoas que são julgadas não por suas atitudes ou pela nobreza de seus ideais, mas por sua cor.
A dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, III, da CRFB), possuindo como objetivos fundamentais a construção de uma sociedade livre, justa, solidária, e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, ou de qualquer outra espécie (art. 3º, I e IV, da CRFB), e ainda, consagra a igualdade como direito fundamental (art. 5º, caput, da CRFB). Está expresso na CF/88 que a prática do racismo é crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei (art. 5º, XLII).
A Lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial), por sua vez, reforça o intenso propósito de combate à discriminação racial cometida contra a população negra.
A "cor" da epiderme de cada pessoa é irrelevante, já que o interior é igual para todos.  Pouco importa, em um Estado Democrático de Direito, as características da pele de cada indivíduo, que lhe é peculiar, inerente, e, por natureza, imutável.

Num país de afrodescendentes (mesmo de cabelo liso e loiro) é de renegar que situações de racismo no esporte, na religião, na política, na educação, na saúde e em outros setores mais, venham acontecendo e envergonhando o povo brasileiro. Um povo que só quer ser feliz e viver em paz pra comer um frango caipira e beber uma caninha no domingo.
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[1]Maria Rosilene de Moraes. Centro de Ensino Superior de São Gotardo. Faculdade de Ciências Gerenciais. Aluna do Curso de Direito. Pós-graduanda em Gestão Escolar pela Universidade Federal de Ouro Preto. Pós-graduanda em Educação Empreendedora pela Universidade Federal de São João Del Rei. Graduada Em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Graduada em Matemática pelo Instituto Superior de Educação Elvira Dayrell na Faculdade dos Vales Elvira Dayrell. E-mail: rosil_moraes@hotmail.com

Os Mandamentos do Advogado


1º. Estuda. O direito se transforma constantemente. Se não segues seus passos, serás a cada dia um pouco menos advogado.
2º. Pensa. O direito se aprende estudando, mas se exerce pensando.
3º. Trabalha. A advocacia é uma árdua luta posta ao serviço da justiça.
4º. Luta. Teu dever é lutar pelo direito, mas no dia em que encontrares o direito em conflito com a justiça, luta pela justiça.
5º. Sê leal. Leal com teu cliente, a quem não deves abandonar enquanto não o julgues indigno de ti. Leal com o adversário, ainda que ele seja desleal contigo. Leal com o juiz, que ignora os fatos e deve confiar no que dizes, e que, quanto ao direito, vez por outra, deve confiar no que tu lhe invocas.
6º. Tolera. Tolera a verdade alheia na mesma medida em que queres que seja tolerada a tua.
7º. Tem paciência. O tempo se vinga das coisas que se fazem sem a sua colaboração.
8º. Tem fé. Tem fé no direito, como o melhor instrumento para a convivência humana; na justiça, como destino normal do direito; na paz, como substituto bondoso da justiça; e, sobretudo, tem fé na liberdade, sem a qual não há direito, nem justiça, nem paz.
9º. Esquece. A advocacia é uma luta de paixões. Se, em cada batalha, fores carregando tua alma de rancor, chegará um dia em que a vida será impossível para ti. Terminado o combate, esquece tanto tua vitória como tua derrota.
10º. Ama tua profissão. Trata de considerar a advocacia de tal maneira que no dia em que teu filho te peça conselho sobre o seu destino, consideres uma honra para ti propor-lhe que se torne advogado.

(COUTURE, Eduardo J. Los mandamientos del abogado. Montevideo: Fundación de Cultura Universitaria, 2009, p. 9-10)