Dados alarmantes de violência e criminalidade
podem ser comprovados analisando o Relatório Global de Status da Prevenção de
Violência 2014 (OMS/ONU). No período 2000/2012 a taxa global de homicídios
reduziu (16%). No entanto, no Brasil, um país de “povo pacífico”, neste mesmo
período, a taxa de homicídios cresceu (8,6%) e dos números absolutos também
(24,1%).
Deve ser lembrado que em 2000, pela violência vivida no
país, tivemos 45.360 mortes e em 2012 este número foi para 56.337 óbitos. Certo
é que o Continente Americano é a região mais violenta do mundo com uma taxa de
28,5 homicídios para 100 mil habitantes. Pode ser comprovado através deste
Relatório da OMS que quanto mais rico o país maior é a redução da taxa de
assassinatos.
Diante
dos números, o Brasil encontra-se contrário: enquanto todas as regiões do
planeta estão reduzindo o número de assassinatos, o Brasil, está elevando essa
taxa.
E então
vem a pergunta: “Onde foi que eu errei”? Num país onde não há programas
preventivos da violência e da criminalidade e a política criminal adotada é
reativa-populista não se pode esperar que os índices de criminalidade venham
ser menores do que são. Ao contrário. A tendência é que vá aumentar ainda mais,
caso não se tome nenhuma providência.
No Brasil, repito, um país de “povo pacífico”, a
violência é desencadeada pela desigualdade social, baixa escolarização, ausência do império da lei, forte
relação de domínio, machismo, hierarquização social aguda, herança
escravagista exterminatória, condições precárias de trabalho da polícia, baixos
salários, sucateamento da polícia científica, guerra de gangues relacionada ao
tráfico de drogas, dentre outros motivos.
Mais uma pergunta: “Quem poderá nos socorrer”? A
resposta está na educação de qualidade para anular ou diminuir a agressividade e a violência
contendo uma parte considerável dos impulsos violentos que rondam o ser humano.
O ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 2013 revela que os
países que têm uma educação mais desenvolvida são menos violentos. Quanto maior
a desigualdade social e menor a escolaridade, maior é a taxa de homicídios.
Resta,
diante dos números que não mentem jamais, rever a situação em que o povo
brasileiro tem vivido e propor novas formas de conter a violência e sanar esta
terra que tanto sangue tem recebido.